quarta-feira, 8 de abril de 2009

Vendo o invisível

Então as coisas mudam...
O quadro da parede muda a paisagem e eu fico impressionado com a forma nova que ele toma. As coisas inimagináveis se tornam concretas e isso me deixa feliz em ver.
A água do copo seca. O menino perde o balão, e deixa de ser menino. O menino se torna homem sem nem passar pela puberdade. As meninas escrevem mais um dia na página do diário.
Os carros que passam pela gente seguem o caminho à frente depois de sair do engarrafamento. E o que a gente sentia que dizia ser amor, não é amor. A paixão que queimava a pele, incendiava os lábios, não incendeia mais. E a liberdade se mistura com a sensação se missão cumprida. Esse é o maior Êxtase que o meu corpo pode alcançar. Porque eu não conhecia isso. Nem tive o prazer de conhecer. Essa coisinha pobre que a gente pensa que não tem fim e que a gente acha que não vai sobreviver quando tudo acabar, acaba. O súbito fim é como quando alguém joga um punhado de areia ao vento.
Se foi bom ou ruim eu não sei dizer. Me arrisco ainda a dizer que foi muito proveitoso, mas ainda prefiro o meu Eu que não se encanta, o meu Eu que encanta os outros e que brinca de ciranda com o soldado em meio à batalha mais sangrenta de uma guerra mundial.
O que dizer sobre o tal do Amor? Eu não sei. Eu nunca soube. Isso foi o que eu preferi não saber nunca.
Por medo? Quem sabe?! Pode ser sim.
Prefiro continuar sem saber o que isso significa.
Eu digo a você que eu o vi. E olhei ele de frente, nos olhos dele, então ele fechou os olhos pra mim e mandou que eu fosse embora. Eu fui embora, não com os olhos marejados, mas com a gargalhada que saia da minha grande boca e se descontrolava. Mas ainda não o conheci.

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