quarta-feira, 8 de abril de 2009

Últimamente eu tenho lido bastante Arnaldo Jabor e um dos textos que mais me chamou atenção foi sobre um tema que dificilmente eu o vejo comentar: Amor. Nossa Senhora esse blog tá ficando muito careta, só fala em amor. Desculpem, eu juro que não posto mais tantas coisas sobre o tema. É bem chato mesmo ler sobre isso que a gente não sabe porcaria nenhuma.
Eu resolvi, então, colocar um trecho do texto dele pra vocês lerem. Muito bom!
O título do texto é Estamos com fome de amor. Leiam!


Estamos com fome de amor
[...]Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.
Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!
Arnaldo Jabor

Vendo o invisível

Então as coisas mudam...
O quadro da parede muda a paisagem e eu fico impressionado com a forma nova que ele toma. As coisas inimagináveis se tornam concretas e isso me deixa feliz em ver.
A água do copo seca. O menino perde o balão, e deixa de ser menino. O menino se torna homem sem nem passar pela puberdade. As meninas escrevem mais um dia na página do diário.
Os carros que passam pela gente seguem o caminho à frente depois de sair do engarrafamento. E o que a gente sentia que dizia ser amor, não é amor. A paixão que queimava a pele, incendiava os lábios, não incendeia mais. E a liberdade se mistura com a sensação se missão cumprida. Esse é o maior Êxtase que o meu corpo pode alcançar. Porque eu não conhecia isso. Nem tive o prazer de conhecer. Essa coisinha pobre que a gente pensa que não tem fim e que a gente acha que não vai sobreviver quando tudo acabar, acaba. O súbito fim é como quando alguém joga um punhado de areia ao vento.
Se foi bom ou ruim eu não sei dizer. Me arrisco ainda a dizer que foi muito proveitoso, mas ainda prefiro o meu Eu que não se encanta, o meu Eu que encanta os outros e que brinca de ciranda com o soldado em meio à batalha mais sangrenta de uma guerra mundial.
O que dizer sobre o tal do Amor? Eu não sei. Eu nunca soube. Isso foi o que eu preferi não saber nunca.
Por medo? Quem sabe?! Pode ser sim.
Prefiro continuar sem saber o que isso significa.
Eu digo a você que eu o vi. E olhei ele de frente, nos olhos dele, então ele fechou os olhos pra mim e mandou que eu fosse embora. Eu fui embora, não com os olhos marejados, mas com a gargalhada que saia da minha grande boca e se descontrolava. Mas ainda não o conheci.